terça-feira, 8 de maio de 2012

Movimento Vamos Ressuscitar o Arquivo

Pelo 2º ano consecutivo, vou inscrever o Manuel na escola no Lucas. No ano passado não teve vaga, por isso, este ano, com um grande suspiro para tomar coragem, repetimos o processo. Dirijo-me à secretaria da escola sede do agrupamento para comprar os impressos e fico a saber que este ano são grátis, além de ser menos a papelada a preencher. Boa! O número de fotocópias e afins que é preciso anexar continua a ser o mesmo, mas ainda assim. Apodera-se de mim um acesso de esperança e entro na secretaria da escola.
- Bom dia. Já que estão a optimizar o processo das inscrições, queria perguntar se é possível fornecerem-me a inscrição do meu filho do ano passado, para aproveitar as fotografias, as fotocópias de documentos, etc. Assim evitava-se o desperdício de recursos e do meu tempo.
- Ah, não pode ser.
- Porquê?
- Porque o processo já não está cá.
- Então onde está? Foi para o lixo?
- Não, foi enviado para a escola onde inscreveu o menino no ano passado.
- Mas se ele não entrou?!
- Pois, mas os processos ficam em arquivo morto.
- Ah... 
(Imagino uma sala na pequena escola com envelopes amontoados até ao tecto, a cheirar a mofo, com uma placa na porta: Arquivo Morto - Entrada Interdita a Estranhos. Imagino-me, na calada da noite, a entrar lá com uma máquina destruidora de papel e, envelope a envelope, enquanto dou risadinhas maquiavélicas, transformar o Arquivo Morto num monte de serpentinas, com que as crianças brincariam no dia seguinte enquanto as professoras tomavam café, atordoadas com o mistério do Arquivo Ressuscitado.)

1 comentário:

zeliaevora disse...

Olha, essa ideia é divertida:)