terça-feira, 27 de outubro de 2009

Gesso


Já aquando da operação do Manuel me tinha apercebido que, no que toca a recuperação de achaques, não há pai para as crianças. Ele não há cá lugar para mariquices e exageros chorosos. Senão, vejamos as conquistas do Lucas durante estas 3 semanas de braço engessado:

- Fase 1: nos primeiros dias não conseguia comer com a mão esquerda, tinha que ser alimentado. Também não se conseguia vestir.

- Fase 2: na segunda semana, não só comia e se vestia, como até já fazia desenhos com a mão esquerda.

- Fase 3: o gesso deixou de ser obstáculo e voltou a fazer desenhos com a mão direita.

- Fase 4: o gesso deixou também de incomodar nas restantes actividades a que se dedica um menino de 5 anos: jogar à bola com direito a quedas aparatosas à là CR, subir muros, fazer corridas, dar cambalhotas, atirar-se do sofá, saltar obstáculos e rebolar pelo chão.

- Fase 5: o gesso foi adoptado. Tem potencialidades diversificadas e é até muito prático ter um braço assim duro. Pode martelar-se com o cotovelo na parede do quarto e obter um som que ecoa por todo o prédio, e não é de menosprezar o jeito que dá dar com ele na cabeça do irmão, que está ali mesmo à altura.

Não será com certeza sem uma certa pena que o Lucas abandonará o gesso, esperamos, daqui a três dias.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

What's growing in my garden?

Confusos com os constantes 30 graus, os nossos morangueiros cederam: ok, voltamos a florir.
Vamos ter morangos de Outono.


A natureza, essa grande maluca.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Coisas do Lucas, coisas da vida

Uma brincadeira, um empurrão, que provoca uma queda mal-jeitosa, que provoca um úmero partido...


No carro, no caminho de volta do hospital, quase meia noite, o gesso ainda fresco e a causar milhentas perguntas que uma cabecita de 5 anos tenta gerir. Depois de enumerar tudo o que não vai conseguir fazer só com a mão esquerda disponível, a mente acalma-se:

- A esta hora já não está nenhum menino acordado, pois não?
- Não, já é muito tarde!
- Só os que partiram o braço. Ou a perna, ou o pé. Ou a barriga.

E depois, a hora tardia causa ainda sentimentos melancólicos (viajar de carro pela noite provoca os mais estranhos pensamentos):

- Quem me dera não viver. Assim, nunca partia um braço...

Irra que sai à mãe, o rapaz?! Ou então corre-lhe nas veias o romantismo alemão.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Um dia de chuva

O chão molhado, um segredo, um suspiro, uma canção.

Holly Throsby - Now I love Someone