quinta-feira, 21 de junho de 2012

Gatos, pardais e outros arraiais

Um pardal caiu do ninho. Alguém o apanhou. Um menino, que adora tudo o que é bicho, viu e quis levá-lo para casa. A mãe deixou, ainda que na verdade estivessem ali para ver outro tipo de animal, nomeadamente os gatos do tio. 
A caminho de casa, passaram pela feira medieval que estava a decorrer no parque. Viram cavaleiros e donzelas com belos vestidos. Comeram bifanas no pão e brincaram com brinquedos de outros tempos. Quando voltaram, o carro ainda estava lá, mas o passarinho tinha desaparecido misteriosamente. Sem deixar rasto. Aflição. Drama. Choro de crianças. Oito olhos e quatro lanternas em acção, sem sucesso algum. Uma incógnita.
Uma semana mais tarde, lá diz o ditado, longe dos olhos... Já ninguém pensa muito no pobre piu-piu e no seu sumiço. Mas vem a ser que o problemático neste caso não são os olhos, mas sim o nariz. Eis que a viatura começa a feder. Um cheiro pestilento de cada vez que se abre as portas não deixa esquecer que um cadaverzinho ali se encontra, nos chassis, qui çá em alguma recôndita ranhura.
Não terá sido o primeiro pardal a cair do ninho, nem será o último. Nem todos temos sorte nesta vida. O problema surge, mais uma vez, quando os humanos teimam em interferir no percurso dos fenómenos da natureza, quando está mais que provado que daí sai bronca.