Já quando o Lucas nasceu senti isto.
Durante os primeiros tempos de um filho, deixamos de ser nós para passarmos a ser a mãe deles. Existimos quase exclusivamente para eles. Desde há cinco meses, eu não sou eu. Sou a mãe do Manuel.
Estava eu no outro dia a reflectir sobre isto quando tocou o telefone. Atendi. Assustei-me um pouco.
"Bom dia, estou a falar com a mãe do Manuel?"
Olhei em volta, à procura da câmara do Big Brother. Ou do Candid Camera. Mas não. Era do centro de saúde, a confirmar a consulta da pediatra.