segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2012 em 12 palavras

Joana. Flores. Alcoutim. Annika. Dublin. Cuamba. Julia. Crescimento. Felicidade. Angústia. Trabalho. Saudade.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Praia

Eu devia saber que, indo com os meus filhos à praia, seja fevereiro ou outubro, agosto ou dezembro, não consigo mantê-los fora da água. Ningém ficou doente. Todos ficaram felizes.

 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Isto de as minhas amigas estarem espalhadas pelos quatro cantos da Europa destroça-me. Sim, a internet. Claro, a aldeia global. Mas, não atiremos areia para os olhos. A dura verdade é que tudo se vive de longe. Partilha-se à distância, as vivências esbatem-se e é tão doloroso o abraço que não podemos dar. O coração não se coaduna com o skype, muito menos com facebooks e e-mails. Não estar por perto quando nasce um bebé, por exemplo, é suficientemente insuportável. E saber que os nossos filhos não vão poder brincar com os filhos das nossas amigas sempre que apeteça. Passar as roupas de uns para os outros. Ir às festas de anos, beber um café rápido, fazer uma visita ao sábado à tarde. Sabemos que tem que ser.
Mas: e quando há um acidente e sabemos que há uma amiga que precisava da ajuda de todos os braços que estivessem por perto, e os nossos tão longe? Desesperante.
Como não estar lá para uma amiga que vê um filho morrer? De uma angústia avassaladora. 
E, agora, como não dar a mão a uma amiga que fica a saber que o resto da sua vida depende do crescimento de um tumor fulminante? Que fica a saber que não vai estar cá para ver os filhos crescer? Sabê-la a passar pelo momento em que tem que os preparar para o impossível, passar a viver sem a mãe
Como despedir-me de um amiga pela internet, sabendo que cada e-mail pode ser o último, que este será provavelmente o seu último Natal, que nunca mais vamos estar frente a frente a uma mesa a beber chá?
E o que responder quando as más motícias se sucedem, quando as palavras se tornaram ocas e a única resposta possível não se escreve nem se diz, porque tem o silêncio de um abraço?



Ser amigo não rima com distância.