segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Coisas do Lucas 38

Fazendo o problema que veio da escola:
"A tia Aurora cria patos e porcos. Um dia, quando está a alimentá-los, ocorre-lhe que, todos juntos, os seus animais têm 34 patas. Quantos patos e quantos porcos tem a tia Aurora?"
(Deve, de facto, ser extremamente comum um agricultor estar a reflectir sobre o número total de patas dos animais que possui enquanto os alimenta. Mas adiante.)
O Lucas atira para o ar:
- 6 patos e 6 porcos.
Desenho toda esta bicharada e contamos.
- Isso dá 36 patas. São duas a mais, não é? O que fazemos para diminuir duas?
...
- Já sei! Um porco aleijou-se e já só tem duas patas.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

As conversas do Manuel 7

Enquanto o sento no carro, depois de o ter ido buscar ao infantário:
- Mãe, cheiras a pincel. Cheiras a pincel vermelho.

(Psicólogos que me leem: devo preocupar-me?)

domingo, 9 de janeiro de 2011

Coisas de Irmãos 3

- Manuel, anda.
...
- Manuel, anda!
...
- Manuel, anda!! Ou é preciso dar-te outra vez trinta carolos?

sábado, 8 de janeiro de 2011

Coisas do Lucas 37

Na cozinha.
- Mãe, o que é que estás a fazer?
- A ralar uma cenoura.
- E não tens pena dela?

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Um cromo na minha caderneta

Ontem entrei no talho aqui do bairro para comprar um frango e estavam a tocar o We Are The World. Ainda nem me tinha apercebido de que há som ambiente no talho. Na verdade, vou lá muito pouco. Não comemos muita carne aqui em casa. Música ambiente no talho, que sofisticado. E ah, como eu adorava esta canção, como me arrepiava de emoção a ver o vídeoclip do Live Aid, as vezes que eu a cantei em frente à televisão, envergando um microfone imaginário.
E, de repente, fui transportada para 1985 e surgiu-me na mente uma cena na qual nunca mais tinha pensado. Como é possível? Devo ter reprimido isto! E hoje veio outra vez ao de cima, inesperadamente, tipo acto falhado. E logo no talho. Nem quero pensar que significados o Sigmund daria a isto.
Então foi assim:
Um dos monitores dos tempos livres que eu frequentava depois da escola no trabalho da minha mãe, mais dado a cantorias, resolveu um dia, talvez nas férias do Natal, reunir a canalha e fazer um We Are The World caseiro.
Não me lembro exactamente de como decorreu o processo de escolha dos artistas, mas deve ter sido qualquer coisa como:
- João, tu fazes de Bruce Springsteen, Ana, tu és a Diana Ross, tu, Cátia, a Tina Turner e tu, Jacinto, darias um belo Lionel Ritchie.
E por aí fora. De qualquer modo, a meio da distribuição de papéis, o monitor olhou em volta, como que à procura de alguém. E foi aí que seu olhar pousou em mim e ele proferiu a espantosa frase:
- Tu, és a Cindy Lauper perfeita.
Podem imagirar o choque que isto pode causar a uma pacata rapariga de 12 anos, nada dada a confusões, mas com a adolescência a querer brotar? Hoje voltei a sentir esse impacto. E não sei se foi bom.
E assim foi. Cantámos e, quando chegou a minha vez, eu não desperdicei a minha oportunidade e tentei imitar a exuberante Cindy, cantando a plenos pulmões. Duvido que tenha conseguido berrar com o mesmo estilo, mas a comparação é injusta. Eu não tinha o cabelo amarelo com madeixas vermelhas. Em vez disso, tinha franja e usava uns enormes óculos de massa castanhos. Mas a comoção que ambas sentimos por participar num coro assim, essa deve ter sido parecida.



Live aid - 1985 Usa For Africa - We Are The World

Adenda: Continuo a emocionar-me quando vejo este vídeo.

Coisas do Lucas 36

- Mãe, hoje na escola a professora contou-nos a história dos três saramagos.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

"A água e o azeite nunca se hão-de misturar"

Começar o ano com uma ida ao teatro foi uma ideia e pêras.
O Miguel Guilherme é, sem dúvida, o meu actor português fa
vorito.
Conheço algumas pessoas como o senhor Puntila - que se alteram, para melhor, sob o efeito do álcool. Outras, nem tanto. O álcool deixa, como se diz em alemão,
saltar cá para fora o porco que há em nós. Mas em algumas pessoas é um leitãozinho simpático que aparece, muitas vezes a contrastar com a dureza que insistem em manter quando estão sóbrias.
Gostei muito e aconselho. E como não tenho jeito algum para crítica de teatro (nem de coisa nenhuma, por sinal), não vou fazer considerações sobre o estilo de Brecht, e fico-me por aqui. Só me atrevo a dizer mais que acho qu
e o Miguel Guilherme deve ser um pouco como o senhor Puntila quando está com os copos: um porreiraço.

imagem daqui

Fleece

Porém, e apesar de sofrer do síndrome do penante gélido (mãos também, agora que falo nisso), e de ser friorenta em geral, o meu sistema termo-regulador parece ter vida dupla. Debaixo do edredon, por exemplo, é o calor total. Não consigo entender como alguém consegue dormir com pijamas polares. E não são só pijamas desse material sintético que chegou para ficar, que não existem no meu armário. Não suporto camisolas e casacos em fleece. Só de pensar em vestir coisas em fleece, sufoco. Sem falar nos ataques de calor que me dão de repente, enquanto trabalho ou quando estou a comer, e é ver-me a almoçar de manga curta em Janeiro.
Tudo isto faz com que a minha indumentária tenha que se assemelhar sempre à de uma cebola. Comigo, há que haver sempre a possibilidade de ir retirando camadas.
Se, portanto, virem por aí alguém esbaforida, segurando nas mãos camisolas, casacos de malha e kispos, sou eu. Uma maçada.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Directamente da Austrália para os meus pés

Chegaram, vai fazer um ano, as minhas Ugg, para revolucionar a existência dos meus membros inferiores. Tinha lido maravilhas sobre a sua capacidade de manter os pés quentes. Por um lado, estava com um certo receio de publicidade enganosa, mas, por outro, ter os pés quentes no inverno não é uma questão a negligenciar, e também não queria experimentar as imitações, que eu e os sintéticos não nos damos bem. E, como sou uma pessoa que enfrenta os riscos com um sorriso, também não foi impeditivo o facto de comprar umas botas pela internet, prescindindo assim da possibilidade de as experimentar primeiro, o que, no que diz respeito a sapatos, digamos que até dá um certo jeito.
E vai daí e fiz o maior investimento da minha (já não tão curta q
uanto isso) vida na área do calçado, ainda que as tenha, suspostamente, adquirido por metade do preço por estarem em saldos. Esperei pacientemente mais de um mês. E finalmente, como diz o meu tio, fiquei com um andar novo. Desde então, só as guardei no verão e nunca mais senti os pés frios, maleita crónica que me perseguiu durante 36 penosos invernos. Ando com elas em casa e fora de casa, de manhã à noite, e adeus dores nos joanetes, good bye frieiras nos dedos dos pés, auf Wiedersehen chulé (sim, que os pezinhos mantêm-se quentes, mas secos).
E, ainda por cima, são giras que se farta. O seu único defeito é serem totalmente rasas, o que faz com que se pareça um bocado um pinguim a andar. But who cares?
Ugg allez allez!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Brincadeiras de rapazes - Mães de raparigas, leiam e regozijem-se

Nome da brincadeira: Brincar às rasteiras.
Objectivo: fazer o outro cair.
Regras: imprecisas. Vale tudo: fazer rasteiras com os pés, com as pernas, com os braços, com o corpo todo, atirar-se num golpe preciso para a frente dos pés do outro ou rastejar quando já se está no chão.
No decurso da brincadeira, os rapazes correm pela casa atrás um do outro e tentam fazer-se cair mutuamente. Quando um cai, o outro rejubila durante alguns momentos, até que o outro se levanta e lhe faz uma rasteira, fazendo-o cair a ele. E assim sucessivamente. Que os rapazes são básicos no que diz respeito a processos. Olham o objectivo e perseguem-no sem olhar para os lados. Já dizia o Caveman. Mas isso era outro post.

Um vaipe

... é o que quase me dá quando estou a (tentar) tratar de assuntos relacionados com as finanças, e ó que agora é tão fácil e dá para fazer tudo pela internet, mas ah, afinal não funciona, e hm, não dá mesmo, telefono mas é para lá a ver se me ajudam, mas oops, a senhora ao telefone diz que é muito complicado e se calhar é melhor ir lá e entregar a declaração em papel (sério? e eu, tola, a pensar q era mais rápido e prático usar a internet, essa ferramenta que afinal só complica?). Tento outra vez, ligo outra vez, faço uns truques et voilá, após algumas horas, consigo! Fecho a sessão e fico ali a olhar para o ecrã. E se não fosse o quase, ali estava o botão que me permitiria mandar tudo às couves e mudar de vida. Cessar a actividade. Tirava os miúdos da escola e íamos todos para a terra. Bastava um clique.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Tartarugas

Desde que fomos ao cinema ver este filme, a estreia cinematográfica do Manuel (e o difícil que foi encontrar isto sem ser em 3D? Que nós, como já disse, somos pessoas que não vão em muitas modernices, e isto das três dimensões em combinação com cérebros infantis a mim não me convence), tenho constantemente um Sammy e um Ray a rastejar pela casa. Eles nadam pelo oceano que separa a sala da cozinha, constroem uma casa nos recifes debaixo da mesa, escondem-se nos corais debaixo da cama.
Bom ano novo!