terça-feira, 7 de outubro de 2008

Errante

Atravesso a ponte Vasco da Gama quase diariamente. Há dias, comecei a ver pelo espelho retrovisor um carro da polícia a aproximar-se a alta velocidade, luzes azuis e sirene ligadas. Depois de a polícia me ter mandado parar, sabe-se lá por que diabólicas coincidências, 5 vezes nos últimos 6 meses, pareceu-me perfeitamente natural que viessem atrás de mim. Pura pretensão da minha parte. Pararam algumas centenas de metros mais à frente, junto a um homem de cara queimada, barba branca bicuda até ao umbigo, cajado na mão e mochila às costas, que atravessava a ponte a pé. Um caminhante vindo de um qualquer lugar que eu de certeza gostava de conhecer. Quis parar também, mas achei despropositado, se calhar até proibído. Quando exactamente é que me tornei tão narrow-minded? E um segundo depois já tinha passado por ele a 100 à hora, com vontade de o ter conhecido, com um vazio imenso por estar tão longe de uma vida assim.

1 comentário:

zeliaevora disse...

olha, gostaria de ter citso uma fotografia dele!!!!

Vai carta a caminho amiga.
Tenho saudades!

bjs