segunda-feira, 30 de março de 2009
O Lucas caiu da cama
Li algures que, a partir de uma certa idade, deixamos intuitivamente de cair da cama. Achámos que essa fase já tinha chegado e foi já há algum tempo que retirámos a protecção. De facto, desde então nunca tinha caído. Mas há pouco ouvi um baque e fui em busca da sua origem... O mais estranho é que continuou tranquilamente a dormir no chão. Amanhã contar-me-á com certeza que teve sonhos atribulados. Tadinho do meu menino...
quinta-feira, 26 de março de 2009
Coisas do Lucas 18
- Mamã, quando nos estamos a divertir o tempo passa muito depressa, não é?
- É...
... (ar de pensativo) ...
- Neste fim-de-semana não me quero divertir nada!
- É...
... (ar de pensativo) ...
- Neste fim-de-semana não me quero divertir nada!
segunda-feira, 16 de março de 2009
Coisas do Lucas 17
mãe: Este fim-de-semana vamos visitar uns primos ao Alentejo. E vamos a um restaurante alentejano!
Lucas: Vamos ao Macd*nalds?
(devo acrescentar que o Lucas, até há pouco tempo, não sabia o que era o Macd*nalds. Quando me apercebi que, quando os amigos lhe falavam do dito, pensava que estavam a falar do Pato Donald, achei que estava na hora de o confrontar com a realidade. Tudo o resto seria adiar o inevitável. Entretanto, fomos duas vezes. Sem grande sucesso - por agora, bem sei...)
Lucas: Vamos ao Macd*nalds?
(devo acrescentar que o Lucas, até há pouco tempo, não sabia o que era o Macd*nalds. Quando me apercebi que, quando os amigos lhe falavam do dito, pensava que estavam a falar do Pato Donald, achei que estava na hora de o confrontar com a realidade. Tudo o resto seria adiar o inevitável. Entretanto, fomos duas vezes. Sem grande sucesso - por agora, bem sei...)
terça-feira, 10 de março de 2009
Fadas do Lar
Sou uma péssima dona de casa. Assumida. Este blog podia, aliás, chamar-se A Anti-Dona de Casa ou Péssimas Donas de Casa Anónimas. Apaixona-me a cozinha, mas irrita-me a loiça. Fujo do ferro de engomar. O aspirador é um inimigo declarado. Estendo, apanho, dobro e arrumo a roupa de quatro pessoas com um suspiro de enfado. Abomino panos do pó. Desculpa, Mãe, o que sofreste comigo ao tentar transmitir-me, totalmente em vão, o gosto pelas lides caseiras.
Nada contra as fadas do lar, que admiro profundamente. Existem, porém, donas de casa e donas de casa. E há uma espécie de dona de casa tipicamente portuguesa que me desconcerta.
Exemplifico: estava há dias no café, sozinha. Ao meu lado, duas mulheres conversavam, e uma delas dizia algo assim: "Tenho a empregada lá em casa, tenho que me despachar. Se eu não a ajudar, nunca mais é sábado. Sim, porque eu na minha casa gosto de tudo sempre muito bem limpo. Por exemplo, aspirar e lavar o chão debaixo e atrás dos móveis todos e das máquinas não é só de vez em quando. É todas as semanas. Janelas a mesma coisa. E o pó é limpo todos os dias." Apeteceu-me esbofeteá-la e dizer-lhe, qual Sharon Stone: Get a life.
Levantou-se, tirou um maço de cigarros da máquina e abriu-o enquanto saía. Já na rua, deitou o plástico e a prata para o chão.
Devia tê-lo feito.
Nada contra as fadas do lar, que admiro profundamente. Existem, porém, donas de casa e donas de casa. E há uma espécie de dona de casa tipicamente portuguesa que me desconcerta.
Exemplifico: estava há dias no café, sozinha. Ao meu lado, duas mulheres conversavam, e uma delas dizia algo assim: "Tenho a empregada lá em casa, tenho que me despachar. Se eu não a ajudar, nunca mais é sábado. Sim, porque eu na minha casa gosto de tudo sempre muito bem limpo. Por exemplo, aspirar e lavar o chão debaixo e atrás dos móveis todos e das máquinas não é só de vez em quando. É todas as semanas. Janelas a mesma coisa. E o pó é limpo todos os dias." Apeteceu-me esbofeteá-la e dizer-lhe, qual Sharon Stone: Get a life.
Levantou-se, tirou um maço de cigarros da máquina e abriu-o enquanto saía. Já na rua, deitou o plástico e a prata para o chão.
Devia tê-lo feito.
had a bad day
Sem mais nem menos, o desalento instala-se. Duvida-se de tudo. Sobretudo de nós próprios. Há dias assim.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Coisas do Lucas 16
Vínhamos da escola e passámos ao lado de um chafariz, onde estavam três rapazes a encher balões de água. Conversavam, utilizando a linguagem típica, bem recheada.
O Lucas, conhecedor das boas maneiras, ao ouvir aquilo, parou logo de andar, virou-se para eles e disse-lhes, a indignação na postura e na voz:
- C***lho não se diz!!!
Olhámos uns para os outros, qual de nós mais estupefacto. Pensei em pegar na criança abelhuda por um braço e continuar o caminho. Mas senti ternura por aquele acto de coragem e confiei, como faço sempre, na bondade das pessoas. Pisquei o olho aos rapazes e disse:
- Pois não, filho.
Um deles apoiou:
- Tens razão. É assim mesmo.
Não me enganei. E seguimos para casa, intactos.
O Lucas, conhecedor das boas maneiras, ao ouvir aquilo, parou logo de andar, virou-se para eles e disse-lhes, a indignação na postura e na voz:
- C***lho não se diz!!!
Olhámos uns para os outros, qual de nós mais estupefacto. Pensei em pegar na criança abelhuda por um braço e continuar o caminho. Mas senti ternura por aquele acto de coragem e confiei, como faço sempre, na bondade das pessoas. Pisquei o olho aos rapazes e disse:
- Pois não, filho.
Um deles apoiou:
- Tens razão. É assim mesmo.
Não me enganei. E seguimos para casa, intactos.
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